segunda-feira, 18 de agosto de 2008

MARCO SITUACIONAL
“As raízes da utopia consistem no fato de que o homem ainda não é um ser satisfeito, porque ainda não é perfeito, porque o mundo ainda não é acabado. O homem e o mundo pertencem ao “ainda não”. Conforme E.Bloch, não devemos, no entanto, pensar que este “ainda não” implica que nunca será. Tal nos levaria ao desespero niilista. Ao contrário. Temos a esperança poderosa de que “ainda não” poderá ser um dia”.
Pierre Furter
O mundo em que vivemos especialmente os países capitalistas apresenta aspectos sociais preocupantes gerados pelo sistema político e de produção. Podemos dizer que impera a desumanização, a apologia à violência, o individualismo exacerbado, frutos de um sistema produtivo selvagem que direta ou indiretamente alimenta a corrupção e a força do poder paralelo. Apesar de avanços no campo do discurso e de ações solidárias realizados por ONG`s e movimentos sociais, ainda há muito que avançar. A violência se alastra de tal forma e na mesma proporção que a necessidade das pessoas se ajudarem e se auto-ajudar. Nesse contexto, “a corda arrebenta no lado mais fraco”. Esse dito popular lembra a exploração de menores no trabalho e na prostituição. Embora existam programas sociais voltados para a causa das crianças e adolescentes, é notório o número de crianças abandonadas pelas ruas, vítimas de violência de todo tipo, inclusive familiar.
Se refletirmos com cuidado, observaremos emergindo na sociedade mundial, novos modelos familiares, paralelo a isso, a luta pela igualdade e pela não discriminação. Os papéis antes tão bem definidos dentro da família tradicional, hoje se desconfiguram na luta por melhores empregos, melhores salários, melhores empreendimentos, tornando o lar uma breve pousada desenhado numa agenda de compromisso para pais e filhos, com jornada ampliada de toda a família. No Brasil, baixos salários forçam essa jornada estressante, reduzindo o contato físico e consequentemente emocional entre pais e filhos, entre pais e escola, tornando a todos órfãos de um mesmo sistema. Essas são questões que influenciam diretamente na qualidade de vida das pessoas fragilizando-as, gerando estafa, estress, somatizando doenças, em conseqüência da falta de tempo e/ou falta de recursos para acompanhamento e tratamento médico. Atrelado a essa situação constatamos que o sistema de saúde eficiente, embora exista, ainda é privilégio de uma minoria da população e está na pauta de luta dos movimentos e sindicatos. È bem verdade que em algumas metrópoles do Brasil há avanços no que diz respeito a iniciativas de baratear os custos com medicamentos para a população oferecendo acesso a opção de genéricos e farmácias populares. Há também novos Programas de prevenção e distribuição de material preventivo de doenças infecto contagiosa, mas o atendimento popular ambulatorial e cirúrgico obedece a longas filas de espera, falta de leitos e de especialistas.
Por outro lado, é importante sinalizar que a saúde da sociedade não se restringe apenas ao aspecto físico, o aspecto cultural e moral também enfrenta debilidades. Não é saudável para toda e qualquer sociedade a discriminação de raça ou credo ou de qualquer outro tipo. Relações discriminatórias contribuem mundo afora para formar grupos isolados estimulando a violência, mesmo que simbólica (esta é a que alimenta todo tipo de mazela social).

Negros, religiosos, população das periferias, por muitos anos têm sido vítimas de atitudes discriminatórias colocando-os a margem da sociedade privando-os de melhores benefícios e da justiça social. A reação se reflete nos grupos que se formam em torno da identificação e interesse e que vão ganhando espaço e voz na mídia ao mesmo tempo em que geram reações conflituosas na corrida pelo poder. Não podemos ignorar que durante muito tempo, e ainda hoje, a violência e o desrespeito a esses grupos tornaram-se um sério problema para as sociedades do mundo todo. Em contra partida, bem perto de nós podemos verificar nos movimentos de emancipação, um grupo cada vez maior dos vários segmentos da sociedade que se unem na luta pela não discriminação. Podemos citar como exemplo de conquista a inclusão na legislação Brasileira, nos currículos escolares do resgate de cultura negra e questões relacionadas à saúde e segurança da criança e do adolescente.
Todo esse contexto de reestruturação social termina obviamente e inevitavelmente refletindo na escola que recebe crianças de modelos diferentes de família; jovens que aprenderam autogerir seu tempo com uma agenda de responsabilidades familiares ou de ampliação de seus estudos ou trabalho; jovens que buscam preparar-se para o mercado educacional e/ou o mercado de trabalho e adultos que precisam estar em dia com as exigências educacionais do mercado de trabalho. Diante dessas prerrogativas percebemos uma escola que se depara com expectativas e perspectivas diferentes e também com o empobrecimento ou falta de perspectivas futuras daqueles que são conduzidos até ela por exigência da família. Há ainda aqueles que, fugindo da influência do poder paralelo nas proximidades de sua residência, optam por estudar mais distante procurando segurança e a efetivação dos dias letivos. Essa mesma escola também se depara com novas exigências, novas orientações curriculares, o enfrentamento de avaliações externas diagnosticando e pondo em cheque sua eficiência e ainda, um bombardeio de questões sociais que afloram num movimento acelerado e que são incorporadas em seu currículo, a título de educar para a cidadania, posicionando-a como o principal veículo de conscientização social.
Além disso, a escola está diante de um mundo ameaçado por bolsões de miséria, pelos resíduos e pela destruição promovida por formas de produção e de consumo (a rarefação da água potável, efeito estufa e os lixões em terra e em mar...). A palavra de ordem passa a ser “Interdependência”: dos países mais desenvolvidos por meio de mercados de matérias-primas e também de deslocamentos de atividade; das atividades científicas e tecnológicas, cada vez mais acentuada pela lógica da competição pelos novos produtos e pelas novas tecnologias; das escolhas ecológicas cujos danos são mais sentidos nos países menos desenvolvidos; das evoluções culturais e políticas divulgadas em ritmo acelerado através dos meios de comunicação.
A pergunta que a escola precisa responder é: Qual seria então a filosofia de trabalho adequada para embasar o trabalho da escola para essa sociedade multifacetada que precisa garantir os princípios de humanidade e cientificidade aliados à sobrevivência mundial?

VALORES-VISÃO DE FUTURO-MISSÃO

VISÃO ESTRATÉGICA

valores:
solidariedade
Transparência
Inovação
Valorização


Visão de Futuro:

Seremos reconhecidos como uma escola que oferece condições para o aluno competir no mercado educacional e profissional com equidade.


Missão

Nossa escola tem por missão investir nos talentos dos profissionais e alunos, favorecendo a criatividade e prazer na ampliação dos conhecimentos com base nos princípios de valorização, transparência, inovação e solidariedade.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

PPP Marco Operativo

MARCO OPERATIVO

Mudanças rápidas, imprevistas e inesperadas marcam a era da informação transformando o mundo numa aldeia global. Nesta aldeia, o Brasil faz parte do bloco de países capitalistas que vivem um momento de reestruturação da economia. São vários setores produtivos e tipos diferentes de inserção no trabalho fomentando competitividade. Diante do fato, a face emblemática da articulação trabalho, educação e cidadania tornam cada vez mais complexas para a escola chegar a um consenso de uma tendência pedagógica que satisfaça as expectativas e necessidades dos alunos.



O que faremos?

Levando em consideração nossa sociedade capitalista nada mais coerente que conceber o processo educativo aliado ao desenvolvimento colocando em pauta de reflexão constante a Teoria do capital Humano. A pergunta que se faz é: A quem interessa o desenvolvimento e a quem interessa a educação? Por que e para que a educação?
A Teoria posiciona a educação a serviço do mundo econômico, da ascensão social, da mudança de classe social sugerindo estabilidade, segurança. Do diagnostico da situação da escola, é importante dar destaque ao perfil dos alunos. Deparamos com o problema que mais afeta a família: o desemprego. Ainda se pode relacionar a informação ao fato que 61,25% desses alunos entenderem que estudar serve para adquirir conhecimentos e conseguir emprego.
Então identificamos que, as expectativas nos transportam para a Teoria das Necessidades básicas de todo ser humano, mais conhecida como Pirâmide de Maslow, teoria desenvolvida por Abraham Maslow, psicólogo e consultor americano. Trata-se de uma pirâmide onde essas necessidades são organizadas e dispostas em níveis indicando uma hierarquia entre elas. Na base inferior da pirâmide, encontramos as chamadas necessidades primárias. As primeiras são classificadas como necessidades fisiológicas (alimentação, repouso, abrigo, satisfação sexual, etc.). Satisfeitas, as necessidades fisiológicas cedem espaço para as chamadas necessidades de segurança (bem estar para si próprio e para seus dependentes, segurança para o futuro).
A pergunta que agora se faz é: O que vem motivando o aluno do Ensino Fundamental e especialmente o aluno do Ensino Médio a dar continuidade em seus estudos? Qual a necessidade que esse aluno encontra para estudar? Maslow sinaliza que é preciso levar em conta o sistema motivacional da pessoa para que ela valorize a organização do qual ela faz parte, neste caso, o CIEP Brizolão 252. O que motiva nosso aluno é: através do conhecimento ser inserido no mercado produtivo. É ter conhecimento para: Fazer um curso superior para conquistar uma profissão que lhe ofereça segurança; é obter condições cognitivas para fazer um concurso público a fim de garantir um emprego seguro; conseguir ser empregado com o mínimo de formação exigida que é o Ensino Médio; manter-se no emprego que passou a exigir o Ensino Básico.

A comunidade interna, principalmente o corpo técnico pedagógico da escola, percebe diluída no senso comum de seu corpo discente a força da teoria do capital humano e o discurso da Escola Nova sobre a equalização de oportunidades.
No que tange ao 1° Segmento do Ensino Fundamental, as série iniciais, a linha progressista será o fio condutor que permitirá desenvolver o espírito crítico em relação aos conteúdos que serão ampliados no 2° Segmento. Significa que:
- Deverá obedecer à proposta sócio-interacionista de promover a cumplicidade entre todos e também autonomia das partes, através de um conhecimento construído na interação do indivíduo com o mundo que o cerca.
- Deverá basear-se na proposta de trabalho por projetos, vinculada a perspectiva do conhecimento globalizado.
A partir do 2° Segmento se justificam selecionar das tendências liberais algumas características que possam vir ao encontro das necessidades de segurança que marcam o perfil desses alunos.
Quanto ao papel da escola:
- Preparar moral e intelectualmente para assumir um papel na sociedade e promover a formação de atitudes.
Quanto à relação professor / aluno:
Ora objetivar a transmissão e fixação pura e simples de conteúdos especiais; ora uma relação de auxílio no desenvolvimento do aluno; ora centralizada no aluno num relacionamento baseado no respeito.
Quanto à aprendizagem:
Baseada na motivação e estimulação de problemas: na percepção da realidade e no desempenho.
Quanto aos métodos de ensino:
Ora procedendo com técnicas de transmissão e recepção de informação; ora facilitando a aprendizagem.
É possível considerar que na opção de articular características que personificam as tendências liberais (Tradicional, Renovadora não-diretiva, Renovadora Progressiva e tecnicista), seja possível introduzir e articular aspectos das tendências progressistas (Embora possa parecer contraditório e signifique um trabalho cauteloso e bem planejado) sem perder o foco no capital humano, ou melhor, capital intelectual, permitindo amadurecer com o tempo a idéia de significado da vida, de educação continuada, educação durante toda a vida.
O corpo técnico-pedagógico e corpo discente do CIEP Brizolão 252 compreendem que o papel da escola será também de facilitar a transformação da personalidade num sentido libertário e autogestionável; aproveitando estruturas cognitivas já construídas nos alunos e abrindo parênteses para a crítica social dos conteúdos, alinhavando a reflexão contextualizada à memorização.
Subjetivamente esse conjunto de articulações possibilita atender a demanda por educação e trabalho, oferecendo ferramentas diferenciadas de maneira que ao final do ciclo de estudos, o aluno objetivamente se aproprie da visão da escola e tenha a oportunidade de escolher entre competir por uma vaga acadêmica; competir por uma vaga de emprego; ter atitude empreendedora e solidária decidindo investir em seus talentos.






Como faremos?
1- Para o aluno gostar de estudar:
Fechar com divisórias as paredes das salas de aula objetivando torná-las mais livres de ruídos externos e garantir uma acústica mais saudável para o educador e educando, no intuito de contribuir para melhor concentração e aproveitamento da aula. (DIREÇÃO)
Gerir a matrícula de maneira que aloque um número adequado de alunos por turma (não superior a 35 alunos) para que o professor tenha oportunidade de planejar e executar junto aos alunos atividades mais subjetivas e facilitar a relação interpessoal.(SECRETARIA)
Dar enfoque aos conteúdos da atualidade e do cotidiano do aluno proporcionando a crítica social dos conteúdos e aprendizagem significativa.( PROFESSORES E OP)
Partir do concreto para o abstrato, da prática para a teoria, das ansiedades e sugestões dos alunos para articulação com os conteúdos curriculares a fim de garantir interesse e maior participação.(PROFESSORES)
Trabalhar para que o aluno de forma prazerosa formule conceitos.(PROFESSOR)
Planejar atividades de concurso e vestibular para atender a demanda do grupo interessado.(PROFESSOR E OP)
Manter um mural atualizado sobre concursos e vestibulares voltado para o EM, objetivando o acesso a informação e a viabilidade nos prazos de inscrição para os alunos interessados numa iniciativa articulada da orientação educacional destinada ao corpo discente.(OE- JORNAL PARA PESQUISA OU INTERNET)
Palestras oportunamente agendadas com profissionais no intuito de oferecer orientação profissional e/ou voltadas para conhecimentos específicos do currículo escolar, para aprimorar a formação para o trabalho.(OE)
Intensificar e adaptar o “Club de Pais” às necessidades de formação contínua e parceria com a família.(OE)
Inserir no calendário escolar os jogos internos priorizando a participação de pais, professores, funcionários e alunos como uma das estratégias de fortalecimento dos laços afetivos e o sentimento de equipe para o bom funcionamento deste plano.(OE e OP)
Viabilizar reforço escolar a partir do 2º segmento do EF através da participação de alunos monitores incentivando o protagonismo juvenil, a solidariedade e espírito coletivo, enquanto desenvolve no aluno convidado e indicado pelos professores, a capacidade de compartilhar a informação transformada em conhecimento.(PROFESSORES E OE)
Implementar o serviço de orientação tecnológica com pessoa devidamente qualificada para atender a demanda por inclusão digital.(OE E OT)
Promover gincanas e exposições de arte em geral, no intuito de motivar e divulgar os talentos da escola.(COORDENAÇÃO E PROFESSORES)
Oportunizar o acesso de pessoas da comunidade e ex-alunos que possam contribuir como exemplo para os alunos de uma trajetória de vida estudantil de sucesso.(OE)




2-Para aumentar o índice de eficiência do aluno:
Criar o SAEC – Sistema de Avaliação do Ensino do CIEP, a fim de avaliar para balizar e melhorar o processo de construção e ampliação dos conhecimentos acumulados por semestre.(OP E PROFESSORES)
Aplicar cotidianamente modelos de exercícios de concursos, avaliações externas e vestibulares objetivando preparar o aluno para o SAEC.(PROFESSORES)
Dispor do professor de ATICOM para atuar com a proposta de grupos de estudos.(OP)
Solicitar a leitura de jornais, revistas e livros como parte integrante de trabalhos avaliativos com o propósito de atualizar, desenvolver o hábito de leitura e favorecer o aprimoramento da escrita formal.(PROFESSORES)
Desenvolver um cronograma de atividades na biblioteca de um trabalho dinâmico voltado para o incentivo à leitura que permita a interatividade entre funcionários, alunos e professores.(OP E AUX. DE BIBLIOTECA)

3- Para o aluno aprimorar e desenvolver competências e habilidades:
Incentivar e apoiar (com recursos e orientação pedagógica) projetos dos alunos que possuem habilidades e idéias, objetivando formar uma corrente solidária, parceira e progressivamente eficaz na disseminação de competências.(OE)
Incluir no calendário escolar o Festival da Canção no intuito de explorar o texto musical, introduzindo temas que ajudem a pensar a sociedade fazendo da música (ritmo e poesia) um instrumento de ação e reação ao contexto social.(COORDENAÇÃO)
Incluir nos projetos oficiais de iniciativa da SEE e outras instâncias superiores as possíveis conecções com a questão ambiental para promover uma constante reflexão sobre a sustentabilidade da humanidade e do planeta.(OP)
Oportunizar ao aluno do EM, desde o 1° ano, testes vocacionais e orientação vocacional para que possa estabelecer metas futuras e nortear a elaboração ou repensar seu projeto de vida.(OE)
Agendar para os alunos do EM visitas a instituições educacionais de formação técnica e acadêmica para subsidiar escolhas futuras.(OE)
Buscar parcerias com empresas públicas e privadas, universidades, bibliotecas, editoras, jornais, museus, etc., para um trabalho com funcionários, estagiários e bibliografias especializadas, para tratar de assuntos pertinentes a formação para o trabalho.(CORDENAÇÃO)


4- Para garantir a parceria da família:
Investir no “Club de Pais” (Projeto voltado para a atualização e formação dos pais).(OE)
Fazer um trabalho de parceria com o Conselho Tutelar no sentido de conscientizar e informar os pais sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e as atribuições e contribuições do Conselho em relação às famílias.(OE)
Intensificar momentos de diálogos com os pais com palestras de profissionais habilitados; exibição de filmes; depoimentos reais de pessoas que venceram problemas familiares; depoimentos de pais de alunos destaques. (OE)
Abrir espaço para exposição e divulgação de trabalhos de pais talentosos (produção artística em geral).(OE)

PPP Marco Doutrinal

MARCO DOUTRINAL
“Depois de ter dedicado sua inteligência e sua energia para tirar partido dos recursos do meio ambiente e para dominar a natureza, o ser humano deve adquirir a sabedoria que permita utilizar esse poder de maneira benéfica eqüitativa”.
Daniele Blondel
Está na interdependência das atividades humanas a possibilidade da sociedade ideal. O desafio é colocar a ciência e a tecnologia a serviço da humanidade numa perspectiva de solidariedade das e nas instituições de todo o tipo, a fim de humanizar, pacificar e fortalecer uma nova ética nas relações de produção. É pautar-se no desenvolvimento sustentável das e pelas nações. Construir princípios e valores em fóruns mundiais que sirvam de regra de fé para caracterizar a raça humana respeitando, divulgando e valorizando as diferenças culturais dos diversos povos como patrimônio cultural mundial. Trata-se de traçar direitos e obrigações sociais relacionadas às necessidades básicas fisiológicas e de segurança versadas em leis universais, aplicáveis e adaptáveis em todas as sociedades e cumpri-las de fato e de direito.
A Educação é um veículo que carrega pela frente esse desafio de contribuir para reagir às conseqüências deixadas a esta geração pela evolução técnica e pela evolução das ciências e das idéias:
A automação que dividiu o trabalho entre o operário e a máquina gerando a queda do emprego.
O deslocamento do papel do homem tendo que reagir ao imprevisto.
A mudança na divisão internacional do trabalho e a globalização crescente da economia principalmente no que tange a formação de mão-de-obra.
A inovação e a flexibilidade como ferramentas para enfrentar a concorrência.


Inevitavelmente essas mudanças na sociedade remetem a uma educação voltada para a renovação das competências requeridas para o trabalho; o espírito crítico em todos os níveis; a capacidade de utilizar o conhecimento para a solução de problemas; emprego de linguagens diversas; raciocínio e capacidade de comunicar e trabalhar em equipe; adaptabilidade para reagir a imprevistos do cotidiano e/ou enfrentar mudanças técnicas e organizacionais. Tudo isso considerando o recurso humano como capital intelectual mundial que precisará de formação contínua. E onde o desafio começa? No espaço da escola, instituição reconhecida socialmente para ensinar o indivíduo social, dito cidadão, a aprender. Em função de quê? De necessidades e previsões baseadas em tendências mundiais. Ver e antever passam a ser tarefa das instituições que abrigam os sonhos e perspectivas das pessoas que nela atuam. Na escola as pessoas são funcionários administrativos e de apoio, alunos, professores, diretores e a comunidade que buscam o conhecimento e/ou acolhimento para suas necessidades mais íntimas.
Quais deverão ser os parâmetros filosóficos do CIEP Brizolão 252 para trabalhar a inteligência e a energia dos alunos e das pessoas de maneira que adquiram sabedoria de tal forma humanizada e competente que possa com eqüidade contribuir para a qualidade de vida terrena numa visão globalizada de mundo? Como a comunidade escolar interpreta a ampla palavra vida?

O grande desafio dessa questão é como a escola poderá conceber a educação e o significado da vida num mundo que absorve um modelo que prepara um tipo de ser humano cujo principal interesse é procurar a segurança, tornar-se pessoa importante ou viver confortavelmente e com o mínimo de reflexão. É senso comum afirmar que a expressão “luta pela vida” passa pela noção de esforço empregado para obter sucesso, pelo desejo de recompensa, tanto na esfera material quanto na esfera espiritual. Existe uma constante “batalha” na busca pela segurança interior e exterior que termina por comprometer a espontaneidade, gerando temor e impedindo a compreensão inteligente da vida.
“Se somos educados apenas para nos tornarmos pessoas eminentes, para conseguirmos melhores empregos, para sermos mais eficientes, para exercermos domínio mais amplo sobre os outros, em tal caso nossas vidas serão superficiais e vazias. Se somos educados, apenas para sermos cientistas, eruditos casados com seus livros, ou especialistas devotados à ciência, estaremos então contribuindo para a destruição e a desgraça do mundo.
Se a vida tem significado mais alto e mais amplo, que valor tem nossa educação se nunca descobrimos esse significado?”
Krishnamurt
A grande preocupação desta escola é unir dois pólos opostos que sem os quais fracassará em sua missão: Despertar a inteligência integral do aluno; apresentar-lhe padrões de seletividade no mercado da educação e trabalho; dialogar com o mundo produtivo e individual sem renegar o interesse coletivo; apresentar o conteúdo socialmente acumulado exigido em avaliações externas; introduzir a crítica social dos conteúdos, a integração, a essência afetiva necessária às interações pessoais e a compreensão de si mesmo. A função desta escola será a de criar entes humanos e inteligentes, mas também mecanicamente eficientes para fins de inserção no mercado. Será a de considerar que a inteligência não é meramente a cultura intelectual dos livros, mas a capacidade de perceber o essencial para si e para os outros. Será o de ajudar a descobrir os valores perenes, ajudar a derrubar fronteiras sociais, proporcionar espaços para a criação e reflexão contextualizadas, despertar no intelecto a capacidade de inovar.
Esta escola espera gerar um clima organizacional que favoreça a formação de um cidadão que possua ferramentas para assumir a vida produtiva buscando perceber novas tendências; um indivíduo que busque educar-se e atualizar-se continuadamente; um ser humano que tenha uma práxis de construção de uma sociedade melhor para todos.

PPP Marco Situacional

MARCO SITUACIONAL
“As raízes da utopia consistem no fato de que o homem ainda não é um ser satisfeito, porque ainda não é perfeito, porque o mundo ainda não é acabado. O homem e o mundo pertencem ao “ainda não”. Conforme E.Bloch, não devemos, no entanto, pensar que este “ainda não” implica que nunca será. Tal nos levaria ao desespero niilista. Ao contrário. Temos a esperança poderosa de que “ainda não” poderá ser um dia”.
Pierre Furter
O mundo em que vivemos especialmente os países capitalistas apresenta aspectos sociais preocupantes gerados pelo sistema político e de produção. Podemos dizer que impera a desumanização, a apologia à violência, o individualismo exacerbado, frutos de um sistema produtivo selvagem que direta ou indiretamente alimenta a corrupção e a força do poder paralelo. Apesar de avanços no campo do discurso e de ações solidárias realizados por ONG`s e movimentos sociais, ainda há muito que avançar. A violência se alastra de tal forma e na mesma proporção que a necessidade das pessoas se ajudarem e se auto-ajudar. Nesse contexto, “a corda arrebenta no lado mais fraco”. Esse dito popular lembra a exploração de menores no trabalho e na prostituição. Embora existam programas sociais voltados para a causa das crianças e adolescentes, é notório o número de crianças abandonadas pelas ruas, vítimas de violência de todo tipo, inclusive familiar.
Se refletirmos com cuidado, observaremos emergindo na sociedade mundial, novos modelos familiares, paralelo a isso, a luta pela igualdade e pela não discriminação. Os papéis antes tão bem definidos dentro da família tradicional, hoje se desconfiguram na luta por melhores empregos, melhores salários, melhores empreendimentos, tornando o lar uma breve pousada desenhado numa agenda de compromisso para pais e filhos, com jornada ampliada de toda a família. No Brasil, baixos salários forçam essa jornada estressante, reduzindo o contato físico e consequentemente emocional entre pais e filhos, entre pais e escola, tornando a todos órfãos de um mesmo sistema. Essas são questões que influenciam diretamente na qualidade de vida das pessoas fragilizando-as, gerando estafa, estress, somatizando doenças, em conseqüência da falta de tempo e/ou falta de recursos para acompanhamento e tratamento médico. Atrelado a essa situação constatamos que o sistema de saúde eficiente, embora exista, ainda é privilégio de uma minoria da população e está na pauta de luta dos movimentos e sindicatos. È bem verdade que em algumas metrópoles do Brasil há avanços no que diz respeito a iniciativas de baratear os custos com medicamentos para a população oferecendo acesso a opção de genéricos e farmácias populares. Há também novos Programas de prevenção e distribuição de material preventivo de doenças infecto contagiosa, mas o atendimento popular ambulatorial e cirúrgico obedece a longas filas de espera, falta de leitos e de especialistas.
Por outro lado, é importante sinalizar que a saúde da sociedade não se restringe apenas ao aspecto físico, o aspecto cultural e moral também enfrenta debilidades. Não é saudável para toda e qualquer sociedade a discriminação de raça ou credo ou de qualquer outro tipo. Relações discriminatórias contribuem mundo afora para formar grupos isolados estimulando a violência, mesmo que simbólica (esta é a que alimenta todo tipo de mazela social).

Negros, religiosos, população das periferias, por muitos anos têm sido vítimas de atitudes discriminatórias colocando-os a margem da sociedade privando-os de melhores benefícios e da justiça social. A reação se reflete nos grupos que se formam em torno da identificação e interesse e que vão ganhando espaço e voz na mídia ao mesmo tempo em que geram reações conflituosas na corrida pelo poder. Não podemos ignorar que durante muito tempo, e ainda hoje, a violência e o desrespeito a esses grupos tornaram-se um sério problema para as sociedades do mundo todo. Em contra partida, bem perto de nós podemos verificar nos movimentos de emancipação, um grupo cada vez maior dos vários segmentos da sociedade que se unem na luta pela não discriminação. Podemos citar como exemplo de conquista a inclusão na legislação Brasileira, nos currículos escolares do resgate de cultura negra e questões relacionadas à saúde e segurança da criança e do adolescente.
Todo esse contexto de reestruturação social termina obviamente e inevitavelmente refletindo na escola que recebe crianças de modelos diferentes de família; jovens que aprenderam autogerir seu tempo com uma agenda de responsabilidades familiares ou de ampliação de seus estudos ou trabalho; jovens que buscam preparar-se para o mercado educacional e/ou o mercado de trabalho e adultos que precisam estar em dia com as exigências educacionais do mercado de trabalho. Diante dessas prerrogativas percebemos uma escola que se depara com expectativas e perspectivas diferentes e também com o empobrecimento ou falta de perspectivas futuras daqueles que são conduzidos até ela por exigência da família. Há ainda aqueles que, fugindo da influência do poder paralelo nas proximidades de sua residência, optam por estudar mais distante procurando segurança e a efetivação dos dias letivos. Essa mesma escola também se depara com novas exigências, novas orientações curriculares, o enfrentamento de avaliações externas diagnosticando e pondo em cheque sua eficiência e ainda, um bombardeio de questões sociais que afloram num movimento acelerado e que são incorporadas em seu currículo, a título de educar para a cidadania, posicionando-a como o principal veículo de conscientização social.
Além disso, a escola está diante de um mundo ameaçado por bolsões de miséria, pelos resíduos e pela destruição promovida por formas de produção e de consumo (a rarefação da água potável, efeito estufa e os lixões em terra e em mar...). A palavra de ordem passa a ser “Interdependência”: dos países mais desenvolvidos por meio de mercados de matérias-primas e também de deslocamentos de atividade; das atividades científicas e tecnológicas, cada vez mais acentuada pela lógica da competição pelos novos produtos e pelas novas tecnologias; das escolhas ecológicas cujos danos são mais sentidos nos países menos desenvolvidos; das evoluções culturais e políticas divulgadas em ritmo acelerado através dos meios de comunicação.
A pergunta que a escola precisa responder é: Qual seria então a filosofia de trabalho adequada para embasar o trabalho da escola para essa sociedade multifacetada que precisa garantir os princípios de humanidade e cientificidade aliados à sobrevivência mundial?

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Oi pessoal

Entenda melhor a nossa filosofia ...(texto)